Ewá era uma orixá muito bela e cobiçada por muitos orixás masculinos. Um deles era Xangô, o orixá do fogo e da justiça, que se apaixonou por ela e tentou conquistá-la. Mas Ewá não queria se entregar a nenhum homem, pois ela valorizava a sua pureza e a sua liberdade. Ela fugiu de Xangô e se escondeu nas matas, onde era protegida por Oxóssi, o orixá da caça e da natureza.

Mas Xangô não desistiu de Ewá e continuou a persegui-la. Um dia, ele a encontrou dançando na beira de um rio, onde a água doce se misturava com a água salgada. Ele se aproximou dela e tentou agarrá-la, mas ela se desvencilhou dele e correu para o rio. Lá, ela foi acolhida por Oxum, a orixá do amor e da fertilidade, que lhe deu abrigo em suas águas.

Xangô ficou furioso e lançou seus raios contra o rio, provocando um incêndio na mata. Ewá ficou assustada e decidiu ir para o mar, onde esperava estar mais segura. Lá, ela foi recebida por Iemanjá, a orixá do mar e da maternidade, que lhe deu carinho e conforto. Iemanjá também lhe deu um presente: um colar de pérolas que brilhavam como as estrelas. Ewá ficou encantada com o colar e o colocou em seu pescoço.

Ewá se sentiu feliz no mar com Iemanjá, mas ela não esqueceu das matas e dos rios que ela tanto amava. Ela pediu a Iemanjá que lhe permitisse visitar seus antigos domínios de vez em quando. Iemanjá concordou, mas lhe fez uma advertência: ela não deveria tirar o colar de pérolas do pescoço, pois ele era o símbolo da sua ligação com o mar. Ewá prometeu obedecer e agradeceu a Iemanjá pela sua bondade.

Essa é uma das lendas, que mostra como Ewá fugiu do assédio de Xangô e me refugiou no mar com Iemanjá. Ewá, a orixá da pureza e da castidade. Filha de Nanã e Oxalá, irmã de Ossaim e Obaluaiê, dona do horizonte, onde o céu encontra a terra e o mar. A senhora das águas, que unem os diferentes mundos. A protetora das mulheres, que sofrem com a violência e a opressão.